terça-feira, 15 de novembro de 2011

NÃO TE SALVES


Não fiques imóvel
à beira do caminho.
Não congeles o júbilo
não ames sem vontade.
Não te salves agora
nem nunca.

Não te salves.
Não te enchas de calma.
Não te afastes do mundo
sózinho um canto tranquilo.
Não deixe cair as pálpebras
pesadas como juízos.
Não fiques sem lábios
não durmas sem sonhos.
Não penses sem sangue,
não te julgues sem tempo.

Mas se, apesar de tudo
não poderes evitá-lo
e congelas o júbilo
e amas sem vontade
e te salvas agora
e te enches de calma
e te afastas do mundo
sózinho num canto tranqüilo
e deixas cair as tuas pálpebras
pesadas como juízos
e secas os teus lábios
e dormes sem sonhos
e pensas sem sangue
e te julgas sem tempo
e ficas imóvel
à beira do caminho
…e te salvas…

Então…
…não fiques comigo.

in “Poesia Habana”. 1983.
Mario Benedetti Poeta uruguaio radicado na Espanha.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O moderno mito da caverna (de Platão)

O mito da caverna é uma das famosas parábolas escritas por Platão. A idéia consiste em pessoas que vivem numa caverna e acreditam que o mundo real é aquilo que aparece na parede: sombras formadas pela luz que entra pela única fresta existente. As pessoas lutam contra qualquer um que diga o contrário.
É por isso que os orientais dizem que o nosso mundo é MAYA, o mundo das ilusões e de sombras.... Vivemos numa caverna, mas, muito em breve, veremos a Luz!
Abaixo uma história em quadradinhos brasileira que capta perfeitamente a essência do que Platão queria dizer.


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Acalma-te e celebra a vida.

Acalma-te
Acalma-te. Deixa que tudo seja simplesmente como é.
Acalma-te. Sente o pulsar do teu coração.
Acalma-te. Permite que entre em ti a benção da vida,e que a Paz Interior reine em ti.
Acalma-te. Deixa que a Paz te invada.
Acalma-te. Entrega-te à simplicidade do momento. Sente a energia do teu corpo. Sente a vibração da vida sempre presente.
Acalma-te. Deixa fluir a vida.
Acalma-te. Rende-te à Paz. Deixa que tudo seja. Obedece e aceita.
Acalma-te. Tudo está em paz.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O dilema do prisioneiro

No início da década de 1980, Robert Axelrod, sociólogo americano, fez uma descoberta notável acerca da natureza da cooperação. A verdadeira importância do resultado de Axelrod ainda não foi devidamente valorizada fora de um grupo restrito de especialistas. Encerra a potencialidade de alterar não apenas as nossas vidas pessoais, como também o mundo da política internacional.
Para compreendermos o que Axelrod descobriu, precisamos primeiro de saber algo sobre o problema que o interessou um bem conhecido quebra-cabeças sobre cooperação chamado Dilema do Prisioneiro. O nome vem da forma como o quebra-cabeças é geralmente apresentado: uma escolha imaginária que se apresenta a um prisioneiro. Há muitas versões. Eis a minha:



O leitor e outro prisioneiro jazem em celas separadas da Esquadra Principal da Polícia da Ruritânia. Os agentes tentam fazer-vos confessar ter conspirado contra o estado. Um interrogador vem até à sua cela, serve um copo de vinho da Ruritânia, dá-lhe um cigarro e, num tom de amizade sedutora, propõe-lhe um acordo. 
— Confesse o crime! — exorta ele. — E se o seu amigo na outra cela… 

O leitor protesta, alegando nunca ter visto antes o prisioneiro que se encontra na outra cela, mas o interrogador ignora a objecção e prossegue: 
— Ainda melhor, então, se ele não é seu amigo; pois, como eu estava a dizer, se o senhor confessar, e ele não, usaremos a sua confissão para o engaiolar a ele dez anos. A sua recompensa será a liberdade. Por outro lado, se for estúpido ao ponto de se recusar a confessar, e o seu "amigo" na outra cela confessar, será o senhor a ir para a prisão dez anos, e ele será libertado. 

O leitor pensa nisto durante algum tempo e percebe que não tem informação suficiente para decidir, por isso pergunta: 
— E se confessarmos ambos? 

— Então, e uma vez que não precisamos realmente da sua confissão, não sairá em liberdade. Mas, tendo em conta que estavam a tentar ajudar-nos, passarão os dois oito anos na cadeia. 

— E se nenhum de nós confessar? 

Uma expressão de desdém perpassa o rosto do interrogador e o leitor receia que ele esteja prestes a golpeá-lo. Mas o homem controla-se e rosna que, então, uma vez que não terão provas para a condenação, não poderão manter-vos lá dentro muito tempo. Mas acrescenta: 
— Não desistimos facilmente. Ainda podemos manter-nos aqui seis meses, a interrogar-vos, antes de os sacanas da Amnistia Internacional conseguirem pressionar o governo para vos tirar daqui. Portanto, pense no assunto: quer o seu colega confesse, quer não, o senhor ficará melhor se confessar do que se não o fizer. E o meu colega vai dizer a mesma coisa ao outro tipo, agora mesmo. 

O leitor reflecte no que ele disse e compreende que o guarda tem razão. Faça o que fizer o estranho na outra cela, o leitor ficará melhor se confessar. Se ele confessar, a sua escolha é entre confessar também, e apanhar oito anos de prisão, ou não confessar, e passar dez anos atrás das grades. Por outro lado, se o outro prisioneiro não confessar, a sua escolha é entre confessar, e sair livre, ou não confessar, e passar seis meses na cela. Portanto, parece que o melhor a fazer é confessar. Mas, então, ocorre-lhe outro pensamento. O outro prisioneiro está exactamente na mesma situação. Se, para si, é racional confessar, também será racional para ele confessar. Assim, passarão ambos oito anos na cadeia. Por outro lado, se ninguém confessar, ambos ficarão livres dentro de seis meses. Como pode ser que a escolha que parece racional, para cada um dos dois, individualmente — ou seja, confessar — vos prejudique mais a ambos do que se decidirem não confessar? O que deve fazer? 

Não há solução para o Dilema do Prisioneiro. De um ponto de vista puramente do interesse próprio (aquele que não toma em consideração os interesses do outro prisioneiro), é racional, para cada prisioneiro, confessar — e se cada um fizer o que é racional do ponto de vista do interesse próprio, ficarão ambos pior do que ficariam se tivessem escolhido de outro modo. O dilema prova que quando cada um de nós, individualmente, escolhe aquilo que é do seu interesse próprio, pode ficar pior do que ficaria se tivesse sido feita uma escolha que fosse do interesse colectivo. 

Peter Singer- “Como Havemos de Viver? A Ética Numa Época de Individualismo “ 

Comentário:
O fato é que pode haver dois vencedores no jogo, sendo esta última solução a melhor para ambos, quando analisada em conjunto. Entretanto, os jogadores confrontam-se com alguns problemas: Confiam no cúmplice e permanecem negando o crime, mesmo correndo o risco de serem colocados numa situação ainda pior, ou confessam e esperam ser libertados, apesar de que, se ele fizer o mesmo, ambos ficarão numa situação pior do que se permanecessem calados? 
Um experimento baseado no simples dilema encontrou que cerca de 40% de participantes cooperaram (i.e., ficaram em silêncio). 
Em abstracto, não importa os valores das penas, mas o cálculo das vantagens de uma decisão cujas conseqüências estão atreladas às decisões de outros agentes, onde a confiança e traição fazem parte da estratégia em jogo. 
Casos como este são recorrentes na economia, na biologia e na estratégia. O estudo das táticas mais vantajosas num cenário onde esse dilema se repita é um dos temas da teoria dos jogos.  João Monge Ferreira 

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Um bom dia, cheio de gratidão

Este é um hino à gratidão, à felicidade.
Para que tenhas UM BOM DIA, traduzo abaixo as lindas palavras deste belo filme.
Obrigado meus Deus porque nos destes estes belos pensamentos para iluminar o nosso dia!

"Tu pensas que este é apenas mais um dia na tua vida?
Não é apenas um outro dia. É o dia único que te é dado, hoje. É te dado, é um presente, é o único presente que tens neste momento, e a única resposta adequada é a gratidão.
Se não fizeres mais do que cultivar esse resposta para o grande presente que este dia único é, se aprenderes a responder como se ele fosse o primeiro dia da tua vida e o último também, então terás gasto este dia muito bem.
Começa por abrir os teus olhos, e surpreende-te com o facto de teres olhos que podes abrir. Essa incrível paleta de cores que contínuamente nos é oferecida, por puro prazer.
Olha para o céu, nós raramente olhamos para o céu, nós raramente notamos como ele está constantemente diferente, com as nuvens indo e vindo.
Até mesmo quando pensamos no tempo, não pensamos nas diferentes nuances do tempo, sómente pensamos no bom tempo, no mau tempo. Este dia, este momento tem um clima único, talvez dum tipo que não virá exactamente nessa forma outra vez. A formação das nuvens no céu nunca será a mesma de agora.
Abre os teus olhos, olha para isso.
Olha para a cara das pessoas que encontrares. Cada uma tem uma história incrível por trás da sua cara, uma história que nunca penetrarás completamente, não só a sua história pessoais mas também a dos seus antepassados.
Todos carregamos essa história.
E neste preciso momento, neste dia, todas as pessoas que encontrarmos, todas essa vida de gerações e de tantos lugares por todo o mundo, flui em conjunto e encontra-se contigo aqui e agora, como um água que dá a vida, se sómente abrires o coração e a beberes.
Abre o coração para os incríveis presentes que a civilização nos dá. Nós accionamos um interruptor, e ilumina-se uma lâmpada. Nós giramos uma torneira e ela jorra água quente ou fria, e água potável. Um presente que milhões e milhões de pessoas no mundo nunca experimentarão. E esses são sómente alguns do enorme número de presentes para os quais podes abrir o teu coração.
Por isso eu desejo que abras o teu coração para todas essas bençãos e as deixes fluir por ti, para que todos os que encontares neste dia sejam abençoados por ti, pelos teus olhos, pelo teu sorriso, pelo teu toque, pela tua presença.
Deixa que a gratidão transborde em bençãos em volta de ti.
E então será realmente um bom dia. "

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SONHO IMPOSSIVEL

Eu tenho uma espécie de dever,
de dever de sonhar,
de sonhar sempre,
pois sendo mais do que
uma espectadora de mim mesma,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário,
para viver o meu sonho
entre luzes brandas
e músicas invisíveis.
(Fernando Pessoa)


Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se este chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão
Notas The Impossible Dream, composição de Joe Darion e Mitch Leigh, do musical da broadway de 1965 baseado em Dom Quixote, 1965, versão em português de Chico Buarque cantada por Maria Bethânia; para ver a letra da canção em Inglês por favor acesse: http://cariricult.blogspot.com/2007/10/sonhar-um-sonho-im...
O trecho do livro Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, em que teve por base a canção acima:
Sonhar o sonho impossível,
Sofrer a angústia implacável,
Pisar onde os bravos não ousam,
Reparar o mal irreparável,
Amar um amor casto à distância,
Enfrentar o inimigo invencível,
Tentar quando as forças se esvaem,
Alcançar a estrela inatingível:
Essa é a minha busca.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eu Quero Ser Feliz!!!


- Ei... Psiu!!!
Eu quero muito ser feliz!!!

A partir de agora,
NÃO VOU MAIS:

Censurar os erros do passado...
Passarei minha vida a limpo e
farei deles meu aprendizado.
Paciência... Continuarei errando,
porque só erra quem faz;

Criticar ou tentar modificar alguém...
Mudarei, apenas, minhas atitudes.
Vou mudar para melhor, sabe por quê?
Ganho eu e quem me ama também;

Abrir mão de meus sonhos...
Lutarei sempre para que eles aconteçam.
Mesmo que eu leve uns bons tombos, vencerei meu medo e continuarei correndo atrás do melhor para mim;

Colocar minha felicidade
nas mãos de alguém...
Vou ser feliz de qualquer jeito.
De preferência, amando quem me ama,
tem preocupações comigo e torce para me ver feliz;

Passar a vida esperando
pelo que desejo que aconteça...
Vou aproveitar hoje mesmo,
enquanto o amanhã não chega.
Aprenderei a curtir cada momento com o que existe de bom, aqui e agora;

Ficar com pena de mim
pelos meus problemas e tropeços...
Agradecerei a Deus minha força
e por ter sobrevivido a eles.
Lembrarei sempre que dificuldade, em vez de castigo, é o maior estímulo à minha criatividade;

Ser pessimista e pensar no pior...
Ocuparei meu tempo com algo útil, que me divirta ou que possa ajudar alguém.
Vou esperar pelo melhor, valorizar cada amigo e cada coisa boa que aparecer em minha vida;

Despejar problemas nos ombros de amigos...
Aproveitarei a presença deles para me alegrar. (Quando muito, vou pedir um colinho...rsss.)
Saberei respeitar e preservar meus amigos, e, com tanto carinho e benquerença, nunca me sentirei só, né?;

Querer ser modelo de perfeição
ou copiar o dos outros...
Vou me aceitar como sou, e dar
o melhor de mim em tudo que fizer.
Acima de tudo: amar, amar, amar...
e ser MUITO AMADA.

A partir de hoje,
vou viver plenamente,
sem medo, e
MUITO FELIZ.