quarta-feira, 3 de março de 2010

Poema da Gratidão

Senhor Jesus, muito obrigado!
Pelo ar que nos dás,
pelo pão que nos deste,
pela roupa que nos veste,
pela alegria que possuímos,
por tudo de que nos nutrimos.

Muito obrigado,
pela beleza da paisagem,
pelas aves que voam no céu de anil,
pelas Tuas dádivas mil !

Muito obrigado, Senhor !
Pelos olhos que temos.
olhos que vêem o céu,
que vêem a terra e o mar,
que contemplam toda beleza !
Olhos que se iluminam de amor
ante o majestoso festival de cor
da generosa Natureza!

E os que perderam a visão ?
Deixa-me rogar por eles
ao Teu nobre coração!
Eu sei que depois desta vida,
além da morte,
voltarão a ver com alegria incontida ...

Muito obrigado pelos ouvidos meus,
pelos ouvidos que me foram dados
por Deus.
Obrigado, Senhor, porque posso escutar
o Teu nome sublime, e, assim,
posso amar.

Obrigado pelos ouvidos que registam:
a sinfonia da vida,
no trabalho, na dor, na lida.
o gemido e o canto do vento nos
galhos do olmeiro,
as lágrimas doridas do mundo inteiro
e a voz longínqua do cancioneiro.

E os que perderam a faculdade de escutar ?
Deixa-me por eles rogar.
Eu sei que no Teu Reino voltarão a sonhar.

Obrigado Senhor pela minha voz.
Mas também pela voz que ama,
pela voz que canta,
pela voz que ajuda,
pela voz que socorre,
pela voz que ensina,
pela voz que ilumina...
E pela voz que fala de amor, Obrigado, Senhor!

Recordo-me, sofrendo,
daqueles que perderam o dom de falar
e o teu nome sequer podem pronunciar!
Os que vivem atormentados na afasia
e não podem cantar nem à noite, nem ao dia.
Eu suplico por eles
sabendo que mais tarde,
no Teu Reino, voltarão a falar.

Obrigada, Senhor, por estas mãos, que são minhas,
alavancas da acção, do progresso, da redenção.
Agradeço pelas mãos que acenam adeuses,
pelas mãos que fazem ternura,
e que socorrem na amargura;
pelas mãos que acarinham,
pelas mãos que elaboram as leis
e pelas que as feridas cicatrizam
rectificando as carnes partidas,
a fim de diminuírem as dores de muitas vidas !
Pelas mãos que trabalham o solo,
que amparam o sofrimento e estancam lágrimas,
pelas mãos que ajudam os que sofrem, os que padecem. .

Pelas mãos que brilham nestes traços,
como estrelas sublimes fulgindo nos meus braços !
...E pelos pés que me levam a caminhar,
erecto, firme a marchar,
pés da renúncia que seguem
humildes e nobres sem reclamar.

E os que estão amputados, os aleijados,
os feridos e os deformados,
os que estão retidos na expiação
por crimes praticados noutra encarnação.

Eu rogo por eles e posso afirmar
que no Teu Reino, após a lida
desta dolorosa vida, poderão bailar
e em transportes sublimes
com os seus braços também afagar.
Sei que lá tudo é possível
quando Tu queres ofertar,
mesmo que na Terra pareça incrível !

Obrigada, Senhor, pelo meu lar,
o recanto de paz ou escola de amor,
a mansão de glória
ou pequenino quartinho,
o palácio ou tapera,
o tugúrio ou a casa de miséria !
Obrigada, Senhor, pelo amor que tenho
e pelo lar que é meu.

Mas, se eu sequer nem o lar tiver
ou tecto amigo para me abrigar
nem outra coisa para me confortar,
se eu não possuir nada,
senão as estradas, e as estrelas do céu
como sendo o leito de repouso
e o suave lençol,
e ao meu lado ninguém existir,
vivendo e chorando sozinho, ao léu...

Sem um alguém para me consolar
direi, cantarei, ainda:
Obrigada, Senhor,
porque Te amo e sei que me amas,
porque me deste a vida jovial,
alegre, por Teu amor favorecida...
Obrigada, Senhor, porque nasci !
Obrigada, porque creio em Ti!
E porque me socorres com amor,
hoje e sempre,
Obrigada, Senhor!

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